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Cirurgia de Hemorroida

Felizmente, com o tempo, esta lembrança é esquecida. Entretanto existe um "fantasma" que assombra os indivíduos que se submeteram a cirurgia de hemorróida: a incontinência fecal, que nada mais é que a perda involuntária de fezes; mas comumente causada por danos aos músculos anais - assoalho pélvico - decorrentes de trabalho de parto prolongado (podendo manifestar-se até 50 anos após),constipação intestinal crônica, lesão ao nervo pudendo-nn que inerva os músculos anais ou pelo próprio envelhecimento do corpo que também afeta o sistema de evacuação.


É um sintoma pouco comentado aos médicos e familiares por ser extremamente embaraçoso, passando o portador desta enfermidade a levar uma vida reclusa.
Embora o fator causal seja por dano ao nervo e aos músculos anais, o fator desencadeante desta enfermidade são as cirurgias artificiais: hemorróidas, fissuras e fístulas em até 50% dos casos.

O tratamento da incontinência anal incluem desde alimentação e remédios para tornar as fezes mais consistentes, remédios que retardam a velocidade das fezes pelo intestino grosso, tampões anais, técnicas de retreinamento esfincteriano (biofeedback), aplicação de silicone ou carbono no canal anal, até cirurgia. Infelizmente, mesmo a associação de todas estas técnicas não permite o retorno a continência anal normal, garante apenas uma melhora na qualidade de vida do paciente.

Ora se sabemos que o fator desencadeante da perda fecal são as cirurgias anais, e que a maioria dos pacientes com incontinência anal são mulheres que tiveram parto "normal" ou fórceps, aquelas com trauma no trabalho de parto, parturientes com peso elevado do recém nascido ou multiparidade, visto que o dano é cumulativo; uma atenção redobrada deve ser dada a este tipo de paciente, através de exames especializados que podem detectar a presença de lesões nos músculos anais e associação com esta doença para que a cirurgia seja minimamente invasiva ou seja substituida por outras opções na tentativa da prevenção da incontinência fecal.


Agora surge a pergunta: - Essas técnicas existem? E a resposta é afirmativa: Sim!

Para casos de hemorroidas existe uma nova opção de cirurgia realizada com um grampeador mecânico, no qual não há uma abordagem direta da hemorróida, sendo realizada por dentro do reto que localiza-se acima do ânus onde as hemorróidas se encontram. Esta técnica consiste na recolocação da hemoroida em seu local habitual e o fluxo das hemorroidas, que são vasos sanguíneos, é reduzido. A grande vantagem em relação a técnica cirúrgica para hemorroida convencional, é que é quase indolor e pode ser utilizada em todos os tipos de hemorroidas e por não abordá-la diretamente não causa danos aos músculos anais.

Estudo realizado por nós na Santa Casa de São Paulo com a presença dos melhores proctologistas do Brasil, revelou que 55% dos pacientes operados de hemorróidas pelas técnicas convencionais apresentam dor intensa no pós-operatório comparados com apenas 5% dos pacientes submetidos à anopexia mecânica.

Recentemente, após a realização de cursos práticos e de cirurgias somente de hemorróidas com os mais proeminentes cirurgiões colorretais das universidades mais conceituadas do país, onde todas as técnicas para tratamento das hemorróidas foram empregadas, e nas quais os doentes eram operados aleatoriamente pelos mais diversos cirurgiões pelas suas técnicas prediletas, pudemos constatar, após análise dos resultados pós operatórios, que a cirurgia da anopexia mecânica ou PPH mostrou-se muito superior as outras técnicas operatórias no que se refere a dor.

Sendo que a outra técnica que também promete um pós operatório sem dor, tem como resultado um índice de dor semelhante à técnica convencional. Esta análise ainda demonstrou que cerca de 30% dos pacientes tiveram que ser reoperados e que 35% necessitaram reinternação para receber analgesia (remédios pela veia) para alívio da dor, por um período que variou de 3 a 7 dias, novamente comprovando a superioridade da técnica grampeada.

Para a fissura anal que é um corte no ânus, geralmente causado pelo esforço ao evacuar, ao invés de realizarmos um corte em um dos músculos anais (cirurgia tradicional), é aplicado a toxina botulinica, que tem o mesmo efeito da cirurgia tradicional, só que o "corte"no músculo do ânus é realizado de forma química e é reversível em seis meses. A vantagem é que pode ser realizada em consultório e não causa incontinência fecal.

Já para o caso de fístulas que são orifícios próximos ao ânus que se comunicam com o reto ou ânus e cuja cirurgia consiste na realização de uma abertura no trajeto de comunicação entre os orifícios. A nova técnica consiste na passagem de um plug anal por este trajeto, ocluindo os orifícios interno e externo e o trajeto entre ambos.

Concluindo: a cirurgia de hemorroida não precisa ter um período pós-operatório tão doloroso, e quando possível, técnicas modernas podem e devem ser usadas, pois, além de eficientes não causam danos aos músculos anais prevenindo o inconveniente que é a perda fecal após o tratamento desta doença.

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